O cajuzinho do cerrado, carinhosamente conhecido como cajuí ou cajuzinho do campo é um fruto nativo do bioma do cerrado. Cientificamente denominado Anacardium humile, pertence à mesma família do caju comum (Anacardium occidentale), mas apresenta características únicas que o distinguem. Aqui na Fazenda Pirinox, temos o privilégio de poder apreciar as maravilhas do cajuzinho. A cada ano aguardamos seus frutos pelos inúmeros pés que encontramos pelos nossos campos.
Origem e Características Botânicas do cajuzinho do cerrado
O cajuzinho do cerrado é uma árvore pequena que pode atingir até 5 metros de altura, com folhas coriáceas (duras, que lembram o couro) e flores pequenas de cor esbranquiçada e rosadas. Seu suculento pseudofruto (o fruto verdadeiro é a castanha) possui de 2 a 3 cm de diâmetro, coloração que varia do amarelo ao vermelho intenso e possui sabor agridoce.
Tipicamente entra em floração durante a época de seca do cerrado. O fruto está maduro quando se encontra de coloração vermelho intenso e está quase se soltando do pé. Entre os meses de agosto e setembro os aventureiros das trilhas são presenteados pelos cajuzinhos que encontram pelo caminho: são isotônicos naturais, matando a sede e repondo nutrientes e sais minerais.
Sabores e Usos Culinários
A polpa do cajuzinho do cerrado é rica em nutrientes, vitaminas e antioxidantes, proporcionando um sabor que combina doçura com um leve toque ácido. Tradicionalmente, é consumido in natura ou utilizado em preparações como compotas, licores, geleias, sorvetes e até mesmo em pratos salgados, onde sua versatilidade surpreende, como o ceviche de cajuzinho.
Quando fermentados, fornecem uma espécie de aguardente conhecida pelos índios como cauim. As castanhas são consumidas em forma de amêndoas, da mesma forma que o caju comum, e são ricas em vitaminas B1 e B2, proteínas, lipídeos, niacina, fósforo e ferro.
No centro de Pirenópolis você pode provar o delicioso sorvete de cajuzinho do cerrado na tradicional Sorveteria Colorê. Já nas docerias da cidade, peça para provar os doces de cajuzinho, típicos da cidade e esperados anualmente pelos pirenopolinos.
Propriedades Medicinais
Além dos usos culinários do cajuzinho, a planta também é conhecida pelos seus usos medicinais e terapêutico. Conheça alguns deles, reunidos pelo blog PANC do cerrado:
- A infusão de suas folhas e da casca do caule subterrâneo é utilizada para curar diarreias;
- O óleo da castanha contém cardol e ácido anacárdico. É utilizado para fins medicinais, em virtude de sua ação antisséptica e cicatrizante.;
- O pedúnculo é rico em vitamina C, fibras e compostos antioxidantes. Essa composição biológica está associada à prevenção de doenças crônico-degenerativas, como doenças cardiovasculares, câncer e diabetes.
- A infusão das inflorescências é utilizada para combater a tosse e baixar o nível de glicose nas pessoas diabéticas;
- As folhas, caule e o fruto revelam ação anti-inflamatória e grande potencial terapêutico, o que garantiu a sua inclusão no Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Ministério da Saúde;
- Por ser rico em vitamina C e zinco, o caju é benéfico para o sistema imunológico;
Importância Ambiental e Sustentabilidade
Além de seu valor gastronômico, o Anacardium humile desempenha um papel vital no ecossistema do cerrado. Sua presença contribui para a biodiversidade local, atraindo polinizadores e beneficiando a fauna com seus frutos. Além disso, suas raízes ajudam a fixar o solo e melhorar sua estrutura, essencial para a manutenção da saúde deste bioma que pode ser facilmente lixiviado na época de chuvas.
Então, é o seguinte…
O cajuzinho do cerrado traz consigo grandes benefícios para as comunidades locais. Não apenas encanta o paladar, mas também nos conecta com a riqueza natural do cerrado brasileiro. Que possamos apreciar e proteger essas maravilhas da nossa terra, valorizando diversidade e a cultura tradicional da região.
Descubra o cajuí, celebre sua diversidade e experimente um pouquinho do nosso cerrado. Venha conhecer a nossa fazenda, fale conosco.
